sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Por que lemos tão pouco?

Segundo a Câmara Brasileira do Livro (CBL), cada brasileiro lê pouco mais de dois livros por ano. Na Inglaterra, estima-se que a média seja de 4,9; nos Estados Unidos, é de 5,1. Outro dado preocupante: por aqui, o tempo médio dedicado à leitura não passa de 5,5 horas por semana, enquanto na Índia - um país em desenvolvimento cuja situação econômica é semelhante à do Brasil - a média é quase o dobro, de dez horas semanais. Por que lemos tão pouco? Há várias respostas, a começar pelo desconcertante grau de analfabetismo funcional. 

O Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado no início de 2008 pelo Instituto Paulo Montenegro e pela ONG Ação Educativa, revela que apenas 28% dos brasileiros com idade entre 15 e 64 anos têm domínio pleno da leitura e da escrita - ou seja, conseguem ler textos longos, localizar e relacionar mais de uma informação, comparar dados e identificar fontes. Entre os 72% restantes, as habilidades de leitura e escrita são rudimentares ou básicas, limitando-se à compreensão de títulos, frases e textos curtos.

Outro fator que ajuda a explicar os índices precários de leitura no Brasil: até o final de 2007, 380 municípios de todo o país - cerca de 7% do total - simplesmente não contavam com uma biblioteca pública sequer. A situação já foi bem pior: em 2003, eram 1 173 as cidades sem esse serviço. No entanto, construir bibliotecas Brasil afora e enchê-las de livros não significa resolver o problema. É preciso prepará-las para atingir seus objetivos, entre os quais destaca-se o de incentivar a leitura entre crianças, jovens e adultos. "Nos últimos 15 anos, passamos a encontrar livros em maior quantidade nas bibliotecas", afirma Elizabeth Serra, secretária-geral da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). "O problema é que, no Brasil, a rede de bibliotecas públicas é muito frágil. O sistema não foi informatizado, não há espaços planejados para os pequenos, os livros são antigos e não há renovação anual do acervo."

Texto retirado de: revistaescola.abril.com.br

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