sábado, 31 de maio de 2014

O papel do Coordenador Pedagógico

Função é estratégica para mediação entre as diversas instâncias educacionais


  Laurinda Ramalho de Almeida e Vera Maria Nigro de Souza Placco  
 Artigo retirado na íntegra de:http://revistaeducacao.uol.com.br/




Crianças em roda de leitura em escola de Belém, no PA: coordenador pedagógico deve oferecer condições ao professor para que se aprofunde em sua área
Cada escola tem características pedagógico-sociais irredutíveis quando se trata de buscar soluções para os problemas que vive. A realidade de cada escola - não buscada por meio de inúteis e pretensiosas tentativas de "diagnóstico" - mas como é sentida e vivenciada por alunos, pais e professores, é o único ponto de partida para um real e adequado esforço de melhoria.

José Mário Pires Azanha. Documento preliminar para reorientação das atividades da Secretaria. Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, 1983.
Retomamos esta afirmação de Azanha, que foi exaustivamente discutida pelos educadores da rede estadual paulista, na década de 80, porque ela nos lembra que não se pode falar da escola, mas sim de cada escola em particular.
Como pensar em tempos-espaços iguais para o desenvolvimento de propostas curriculares, se as escolas não são iguais? Como fazê-lo, se não dá mais para pensar em escolas urbanas e rurais, pois já temos urbanas centrais e de periferia, rurais de campo e ribeirinhas, bem como variadas combinações de cada um desses tipos?
Se o instituído pelo currículo tem uma base legal - e precisa tê-la, para garantir a Educação Básica para todos, num Estado que se quer democrático, como atentar para essas tantas diferenças não só regionais, mas dentro de cada região?
Parece-nos, então, mais apropriado pensar os atores da escola singular - gestores, professores, auxiliares de apoio e alunos -, em suas relações com as questões curriculares, sem perder de vista que estas são relações de indivíduos portadores de subjetividades com um instituído que lhes é apresentado, via de regra, como objeto a ser manipulado, que a alguns agrada, a outros desagrada. Nessas relações pedagógicas intersubjetivas direção-professor, professor-professor, professor-aluno, aluno-aluno, e destes com o saber instituído pelos currículos que lhes são apresentados, aparecem os conflitos, as contradições, as perdas de referência dos elementos estruturantes de seu modus vivendi. É certo que aparecem também as aderências ao proposto e as tentativas de fazê-lo o melhor possível.
Para melhor entender essas relações, escolhemos, neste texto, o coordenador pedagógico (ou professor-coordenador ou coordenador pedagógico-educacional ou outro termo que designe esse profissional) como ator privilegiado para nossa discussão.

A escolha se deve ao fato de entendermos que ele tem, na escola, uma função articuladora, formadora e transformadora.
Portanto, é o elemento mediador entre currículo e professores. Assim, esse profissional será, em nosso modo de ver, aquele que poderá auxiliar o professor a fazer as devidas articulações curriculares, considerando suas áreas específicas de conhecimento, os alunos com quem trabalha, a realidade sociocultural em que a escola se situa e os demais aspectos das relações pedagógicas e interpessoais que se desenvolvem na sala de aula e na escola.
Esclarecemos, inicialmente, que não aceitamos o coordenador pedagógico como "tomador de conta dos professores", nem como "testa-de- ferro" das autoridades de diferentes órgãos do sistema.
Ele tem uma função mediadora, no sentido de revelar/desvelar os significados das propostas curriculares, para que os professores elaborem seus próprios sentidos, deixando de conjugar o verbo cumprir obrigações curriculares e passando a conjugar os verbos aceitar, trabalhar, operacionalizar determinadas propostas, porque estas estão de acordo com suas crenças e compromissos sobre a escola e o aluno - e rejeitar as que lhes parecem inadequadas como proposta de trabalho para aqueles alunos, aquela escola, aquele momento histórico.
O que competiria, então, ao coordenador pedagógico?
- Como articulador, seu papel principal é oferecer condições para que os professores trabalhem coletivamente as propostas curriculares, em função de sua realidade, o que não é fácil, mas possível;
- Como formador, compete-lhe oferecer condições ao professor para que se aprofunde em sua área específica e trabalhe bem com ela;
- Como transformador, cabe-lhe o compromisso com o questionamento, ou seja, ajudar o professor a ser reflexivo e crítico em sua prática.
Como articulador, para instaurar na escola o significado do trabalho coletivo, é fundamental que o coordenador pedagógico possibilite ações de parceria, de modo que, "movidas por necessidades semelhantes, (as pessoas) se implicam no desenvolvimento de ações para atingir objetivos e metas comuns", de modo a pôr em movimento as metas curriculares propostas, conforme descrito em nosso livro Aprendizagem do adulto professor (Edições Loyola, 2006).
O coordenador pedagógico será, então, aquele que, conhecendo essas propostas, tendo participado de sua elaboração/adaptação às necessidades e objetivos daquela escola, possibilita que "novos significados sejam atribuídos à prática educativa da escola e à prática pedagógica dos professores", ( O coordenador pedagógico e os desafios da educação , Edições Loyola, 2008).

Outro aspecto importante dessa articulação é a possibilidade de interdisciplinaridade, a fim de que o compromisso com a formação do aluno se traduza na não-fragmentação, na conciliação e confrontação de propostas e ações curriculares.

Visto como formador, dois aspectos devem ser destacados na função do coordenador pedagógico:
a) seu compromisso com a formação tem de representar o projeto escolar-institucional e tem de atender aos objetivos curriculares da escola;

b) o compromisso com o desenvolvimento dos professores tem de levar em conta suas relações interpessoais com os demais atores da escola, alunos, pais, comunidade, sendo estas relações entendidas em sua diversidade e multiplicidade, aceitas como se apresentam, aproveitadas como recurso para o processo formativo, como explicado em O coordenador pedagógico e questões da contemporaneidade.
Finalmente, como transformador, espera-se sua participação no coletivo da escola como aquele que permite e estimula a pergunta, a dúvida, a criatividade, a inovação. Só assim a escola se instituirá não apenas como espaço de concretização do currículo, mas também como espaço de mudanças curriculares necessárias e desejadas pelos professores, para cumprir seus objetivos educacionais.

Laurinda Ramalho de Almeida e Vera Maria Nigro de Souza Placco são professoras do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Psicologia da Educação, da Faculdade de Educação da PUC-SP.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Para ler e gostar: Paulo Freire




" Acreditamos que a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.
Se a nossa opção é progressiva, se estamos a favor da vida e não da morte, da equidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não de sua negação, não temos outro caminho se não viver a nossa opção.
Encarná-la, diminuindo, assim, a distância entre o que dizemos e o que fazemos"

terça-feira, 27 de maio de 2014

Perguntas de criança






Cabeça de criança não é gaveta onde se guardam informações. É canteiro onde nascem perguntas


CABEÇA DE CRIANÇA não é gaveta onde se guardam informações. É canteiro onde nascem perguntas. E nunca se sabe quais foram as sementes que um anjo misterioso plantou ali. Mas se sabe pelos brotos que são perguntas nascidas de olhos espantados, que foram pegos de surpresa, sem saber.
Alberto Caeiro disse bem: "Sei ter o pasmo essencial que tem uma criança se, ao nascer, reparasse que nascera deveras. Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo."
Pois a pergunta que a Andréia, afilhada minha de oito anos, me fez nunca ninguém havia feito. Sei disso porque nunca me foi dada a resposta.
"-Na história da Cinderela, quando tocassem as 12 badaladas, não era para quebrar o feitiço e tudo voltar a ser o que era antes?"
Concordei e confirmei.
-"Isso. O vestido de baile virou vestido de cozinheira e a carruagem dourada virou abóbora madura."
"-Então", disse ela preparando o xeque-mate, "por que é que o sapatinho de cristal continuou a ser sapatinho de cristal, encantado, e não desencantou virando tamanco?"
Fiquei mudo.
Ela percebeu um erro na história: o sapatinho não desencantou. E o que foi que fez com que ela percebesse o erro? Seus olhos. Os meus olhos, que foram enganados, só repetiram a velha história já sabida. Viram aquilo que a memória me contava.
É isso que a memória faz: repetir o já sabido. Mas ela, se fosse recontar a história, teria de inventar outra que explicasse o sapatinho de cristal ou que o eliminasse.
O canteiro da memória é lugar onde só nascem pontos de exclamação. O canteiro da invenção é o lugar onde nascem os de interrogação. Como disse E. E. Cummings: "Sempre uma resposta bonita que pergunta uma pergunta mais bonita ainda."
Recebi da professora Edith Chacon Theodoro uma carta digna de uma educadora e, anexada a ela, uma lista de perguntas que seus alunos haviam feito, espontaneamente.
Impressionou-me, em primeiro lugar, o fato de ela ter dado tanta atenção às perguntas dos seus alunos. Note que elas foram feitas "espontaneamente", eram pontos de interrogação diferentes naqueles canteiros, totalmente diversas das respostas que estavam "presas" nas "grades curriculares". Talvez por elas não serem canteiros férteis para as interrogações que nascem nos alunos... Quem sabe cemitérios.
"Por que o mundo gira em torno dele e do sol? Por que a vida é justa com poucos e tão injusta com muitos? Por que o céu é azul? Quem inventou o português? Como os homens e as mulheres chegaram a descobrir as letras e as sílabas? Como a explosão do Big Bang foi originada? Será que existe inferno? Como pode ter alguém que não goste de planta?"
Continuam: "Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Um cego sabe o que é uma cor? Se na arca de Noé havia muitos animais selvagens, por que um não comeu o outro? Para onde vou depois de morrer? Por que adoro instrumentos musicais se ninguém na minha família toca nada? Por que sou nervoso? Por que há vento? Por que as pessoas boas morrem mais cedo? Por que a chuva cai em gotas e não tudo de uma vez?"
Essas perguntas parecem tão ingênuas que nos fazem rir. Mas elas são revelações das funduras das almas e das inteligências das crianças e dos adolescentes. Revelam não só a sua curiosidade sobre o universo como também sua dimensão ética, a preocupação com a justiça, com a beleza, com o mundo dos valores religiosos, com a mitologia...
Da próxima vez vamos brincar com essas suas perguntas.

Rubem Alves

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Não pare a música...




                                            Foto retirada da internet - pode ter direitos autorais

"Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música
não começaria com partituras, notas e pautas.
Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria
sobre os instrumentos que fazem a música.
Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria
que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas.
Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas
para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes". - Rubem Alves

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Escola, um direito de todos


  • Todas as crianças e jovens têm direito a estudar em escolas públicas perto de sua casa. 




É obrigação dos pais fazer as crianças e jovens frequentarem a escola até os 16 anos de idade, e é obrigação do governo garantir vagas para todos nas escolas públicas.
Quem garante esses direitos são leis, como a Constituição do Brasil e o Estatuto da Criança e do Adolescente. 
Pais e escola poderão ser punidos se não cumprirem essas leis.
Por exemplo: se um aluno faltar por duas semanas na escola, a Gestão (diretor) deverá tomar uma atitude. A lei exige que se faça todo o esforço possível para que esse estudante esteja na escola. A família deverá ser procurada para que dê os devidos esclarecimentos, caso não surta efeito, o Conselho Tutelar deverá ser comunicado e este tomará as medidas legais junto aos órgãos judiciais competentes.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Conselho de Escola






Pais, alunos, funcionários e professores elegem seus próprios representantes para o Conselho de Escola, que deve elaborar e fazer cumprir o regimento escolar: isto é, as regras com os direitos e deveres de cada membro da escola. Além disso o Conselho elabora e controla o Plano Escolar, que é o programa com todas as atividades da escola, inclusive seu calendário: dias de aula, provas, recuperação, reunião de pais e mestres etc. 
O Conselho toma decisões importantes para a Escola, o ensino e a vida escolar dos estudantes


O QUE É O CONSELHO ESCOLAR?

            É o órgão colegiado responsável pela gestão da escola, em conjunto com a direção, representado pelos segmentos da comunidade escolar, pais, alunos, professores e funcionários.

 QUAIS AS FUNÇÕES DO CONSELHO ESCOLAR?

    * Consultiva – quando é consultado sobre questões importantes da escola;
    * Deliberativa – quando aprova, decide e vota sobre assuntos pertinentes às ações da escola nos âmbitos administrativo, pedagógico e financeiro;
    * Normativa – quando elabora seu regimento, avalia e define diretrizes e metas de ações pertinentes à dinâmica do processo educativo, para um bom funcionamento da escola;
    * Fiscalizadora / avaliativa – quando exerce o papel de controle, ficando subordinado apenas à ASSEMBLÉIA GERAL, fórum máximo de decisão da comunidade escolar.

 

COMO SE DÁ A COMPOSIÇÃO DO CONSELHO ESCOLAR?

            O Conselho tem em sua composição 16 (dezesseis) membros representados pelos segmentos da comunidade escolar assim contemplados:

    * 04 (quatro) pais;
    * 04 (quatro) alunos;
    * 04 (quatro) professores;
    * 04 (quatro) funcionários.

 

 BASES
 

LEGAIS

    * CONSTITUIÇÃO FEDERAL / 1989

          o Título VIII – Da Ordem Social;
          o Capítulo III – Da educação, da cultura e do Desporto – Seção I  Da Educação.

 

    * LEI 9.394 DE 20/12/1996 – Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LBDN

    * Título II – Dos princípios e fins da educação;
    * Art. 3º - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios;
    * VIII – Gestão democrática do ensino público, na forma da lei.

 

    * LEI DE DIRETORES – Lei nº 6.628 de 21/10/2005
    * LEI DE CONSELHOS – Lei nº 6.661 de 28/12/2005
    * ESTATUTO DO MAGISTÉRIO – Lei nº 6.196/2000

 

LEGITIMADORAS

    * CARTA DE PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO;
    * CONGRESSO ESTADUAL CONSTITUINTE ESCOLAR – CECE

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Precisamos evitar que sobrem mangas




O velho caipira, com cara de amigo, que encontrei num Banco, estava esperando para ser atendido.
Ele ia abrir uma conta.
Começo de um novo ano... Novas perspectivas...
E como não podia deixar de ser, também começou ali um daqueles papos de fila de banco.
Contas, décimo terceiro que desapareceu, problemas do Brasil, tsunami... Será que vai chover?
Mas em determinado momento a conversa tomou um rumo:
"- Qual é então o maior problema do Brasil para ser resolvido?"
E aí o representante rural, nosso querido "Mazaropi da modernidade" falou com um tom sério demais para aquele dia:
"- O Maior Problema do Brasil é que sobra muita manga!"
Tentei entender a teoria... Fez-se um silêncio e ele continuou:
"- O senhor já viu como sobra manga hoje debaixo das árvores? Já percebeu como se desperdiça manga?
"- Sim... Creio que todos já percebemos isto... Onde tem pé de manga, tem sobrado manga..."
E aí ele continuou:
"- Num país onde mendigo passa fome ao lado de um pé de manga... Isso é um absurdo! Num país que sobra manga tem pouca criança. Se tiver pouca criança as casas são vazias... Ou as crianças que tem já foram educadas para acreditar que só "ice cream" e jujuba são sobremesas gostosas. Boa é criança que come manga e deixa escorrer o caldo na roupa... É sinal que a mãe vai lavar, vai dar bronca, vai se preocupar com o filho. Se for filho tem pai... Se tiver pai e manga de sobremesa é por que a família é pobre... Se for pobre, o pai tem que ser trabalhador...
Se for trabalhador tem que ser honesto... Se for honesto, sabe conversar... Se souber conversar, os filhos vão compreender que refeição feliz tem manga que é comida de criança pobre e que brinca e sobe em árvore... Se subir em árvore, é por que tem passarinho que canta e espaço para a árvore crescer e para fazer sombra... Se tiver sombra tem um banco de madeira para o pai chegar do trabalho e descansar... Quem descansa no banco, depois do trabalho, embaixo da árvore, na sombra, comendo manga é por que toca viola... E com certeza tá com o pé na grama... Quem pisa no chão e toca música tem casa feliz... Quem é feliz e canta com o violeiro, sabe rezar... Quem sabe rezar sabe amar... Quem ama, se dedica... Quem se dedica, ama, reza, canta e come manga, tem coração simples... Quem tem coração assim, louva a Deus. Quem louva a Deus, não tem medo... Nada faltará porque tem fé... Se tiver fé em Deus, vê na manga a providência divina... Come a manga, faz doce, faz suco e não deixa a manga sobrar... Se não sobra manga, tá todo mundo ocupado, de barriga cheia e feliz. Quem tá feliz.... Não reclama da vida em fila do banco..."

Daí fez-se um silêncio... - Rubem Alves

terça-feira, 13 de maio de 2014

Escola e Comunidade: a parceria que pode - e deve - dar certo (APM)




A participação da comunidade nas decisões da escola é a melhor forma para conseguir o sucesso dos alunos. Quando percebem que existe interesse da escola e da comunidade em melhorar a qualidade de ensino, os alunos passam a se posicionar de forma mais positiva. Mas como ajudar?
Que tal participando da APM, do Conselho de Escola ou do Grêmio Estudantil?

                                   Associação de Pais e Mestres - APM -

  • Quem pode participar?

Todos podem participar da APM, que deve ser formada por pais, alunos maiores de 18 anos, professores e pelo diretor da escola.

  • Qual a importância da APM?

A APM é muito importante, pois ajuda a fiscalizar a qualidade dos serviços prestados. A comunidade também traz novas ideias, sugestões e define as prioridades da escola.
A APM por ser uma entidade que pode receber e arrecadar recursos financeiros, deve ser registrada em cartório e, obedecer as regras de um estatuto, que regula o seu funcionamento. Os estudantes e/ou seus responsáveis têm o direito de conhecer os estatutos da APM, podendo inclusive pedir uma cópia à direção da escola.

  • Com arrecadar recursos?

A APM pode arrecadar recursos por meio de várias atividades, como festas e gincanas, e receber doações e contribuições. Ela também pode receber recursos governamentais (Secretarias de Educação, Ministério da Educação. A APM deve estar com suas contas sempre em ordem - tem que prestar contas de todo dinheiro que recebe, seja ele de recursos oficiais ou de campanhas próprias. É preciso prestar muita atenção e verificar sempre se as contas estão em ordem para que a escola possa receber, através da APM, o dinheiro que lhe é destinado.

  • Quem decide com usar o dinheiro?

O dinheiro da APM deve ser usado para o benefício dos alunos, portanto é muito importante saber decidir onde ele deverá ser usado. é muito importante que todos possam participar dessa decisão.
Os recursos da APM podem resolver problemas do dia a dia - com os recursos da APM pode-se resolver mais rapidamente vários problemas da escola, como por exemplo: contratação de serviços de manutenção, o conserto de uma porta, de um ventilador, de uma torneira ou a pintura da quadra esportiva. Mas a APM, com seus recursos também pode comprar livros para a biblioteca ou sala de leitura da escola, mapas, jogos de computadores, material pedagógico ou esportivo - tudo aquilo que facilite a aprendizagem e o relacionamento entre os alunos. A APM pode inclusive usar os recursos para para cursos e palestras de especialistas sobre temas de interesse dos alunos, pais ou professores.
Que mais a APM faz?
A APM deve também acompanhar o projeto pedagógico da escola e as atividades que ela desenvolve. As decisões da APM deve estar de acordo com o projeto pedagógico da escola.
Participar pode fazer toda diferença.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Biblioteca de Classe - O mundo fascinante dos livros



Do livro de pedra ao livro eletrônico, das bibliotecas medievais, sagradas e misteriosas, às bibliotecas abertas ao público e à grande rede de bibliotecas ligando leitores de todo o mundo, o homem imprime a sua marca, revelando a trajetória de seu conhecimento. No entanto, a quem os livros e as bibliotecas têm servido?
Num país em que grande parte da população não tem acesso à escrita e outra parte tem acesso à ela, mas não é letrada, precisamos questionar o papel da escola, instituição a que se delega esse poder - o de ensinar a ler e a escrever.
O mundo de hoje, dominado pela informação e pela informática, não comporta mais uma escola que aprisiona o conhecimento em alguns poucos livros. É evidente que as crianças vão à escola para aprender ler e escrever e para apropriar-se do saber construído ao longo do tempo pelo homem. Chegam cheias de sonhos, expectativas e conhecimentos, inclusive sobre a escrita e sobre a linguagem escrita: contam histórias e fatos, cantam músicas, recitam quadrinhas, etc. Por que, então, a escola insiste amordaçá-las, em ensinar estranhas "famílias" de sílabas ou em listas de palavras e de frases tão diferentes de tudo o que ouvem, vêem e falam? Onde está a diversidade de textos com os quais convivemos, par comparar, ampliar o mundo, refletir, fazer descobertas e tirar conclusões se lhes é dado um único material "de ler"? A escola mata o leitor antes mesmo que ele aprenda a ler
Aprende-se exatamente pela divergência e não pela igualdade. Aprende-se a ler lendo textos!!! Como diz Foucambert (1994)," ler é um trabalho de detetive, é como achar pistas no que é apresentado pela escola". Ler é construir significados e quanto mais lemos maior é a rede de sentimentos que podemos tecer. Ler é dialogar com o autor, com seu contexto histórico, social e cultural, é preencher os vazios de modo ímpar, utilizando seus conhecimentos prévios ( Kleiman).
Crianças gostam de livros, gostam do cheiro do livro...gostam dos sonhos que eles despertam!! A criança é naturalmente curiosa e cheia de imaginação, o livro e por conseguinte a leitura, aguçam essa imaginação, essa curiosidade...essa "invencionice".
Leio muito para meus alunos e com meus alunos, sem cobranças - lemos por puro prazer. Incentivo que levem livros para casa, para que leiam com seus familiares e, se tiverem vontade contem para os colegas como foi essa experiência. Tenho confiança que estou formando leitores competentes, mas muito além disso, estou formando leitores que leem por prazer!!

sexta-feira, 9 de maio de 2014

A escola é nossa!!




A escola é nossa...de todos nós - alunos, educadores, gestores, funcionários, pais - comunidade. A escola não é dos políticos - eles estão...nós somos.
A Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garantem e educação como um direito de TODOS.
O ensino público é mantido com os impostos pagos por nós, portanto o ensino público não é de graça, nós pagamos por ele. Temos o direito de exigir qualidade. Temos o direito e, devemos cobrar que nos seja ofertada uma boa escola; para tanto precisamos participar, precisamos conhecer nossos direitos, precisamos nos mobilizar, lutar pela escola e pela educação DE MUITO BOA QUALIDADE.
É por meio da educação que nossas crianças terão melhores chances de um futuro melhor -  uma escola de qualidade abre portas, uma escola de qualidade é garantia de sucesso...
A escola não pode ser apenas um lugar onde os alunos se reúnem...ela deve ser o espaço onde vidas se constroem...

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Condições sociais impactam o Ideb

Falo sobre isso já faz uns dez anos.

"Para obter bons resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), é fundamental investir na qualidade do ensino, mas o governo deve melhorar também a infraestrutura escolar e as condições sociais dos alunos." - Revista Nova Escola - abril 2014 - nº 271





De que adianta falar tanto em qualidade de ensino e formação de professores, se o básico, que é a infraestrutura ninguém nunca ouviu falar. 
Escolas caindo aos pedaços, crianças tendo que usar o "matinho" como banheiro, material didático de péssima qualidade, móveis quebrados, sala de informática (quando existem) estão sucateadas...falta giz, falta caderno, falta lápis...falta merenda. 
Transporte escolar? Nem pensar.
Enquanto isso nossos governantes e seus técnicos em educação acreditam (e pior que acreditam mesmo) que formar professores é a solução - a única solução. Seria, se tivéssemos também uma excelente infraestrutura. Seria, se tivéssemos materiais e instrumentos necessários para colocar em prática tudo que aprendemos. Seria, se fossemos ouvidos em nossas necessidades no dia a dia. Seria, se nossos alunos tivessem uma vida digna. Seria, se os cursos de formação não fossem apenas cópias uns dos outros. Seria, se os professores recebessem salários dignos e compatíveis com a responsabilidade de formar cidadãos. seria, seria...seria!!!
Crianças que vivem em situação precária tendem a ter baixo rendimento...jura? Foi preciso encomendar uma pesquisa para chegar a essa conclusão? Parece óbvio que sim. Infraestrutura é tudo, é a base de qualquer projeto...sem infraestrutura não se constrói nada. Tente erguer uma casa sem o alicerce...você pode até erguer um pedaço de parede, mas fatalmente ela irá cair. O mesmo acontece com a Educação...do jeito que a coisa é feita, até parece que tudo está caminhando muito bem, no entanto só quem vive o cotidiano da sala de aula, o cotidiano da escola sabe que as "paredes" caem sempre que levantadas.
Grande número de transferências causam impacto no Ideb - claro que sim - mas como manter a família naquele logradouro se as condições da família são precárias.
além de melhorar as condições estruturais das escolas é preciso melhorar - com extrema urgência - as condições da comunidade. Um depende do outro. Não dá mais para brincar de faz de conta. Nós professores não podemos - e não queremos - pagar mais essa conta.