A NECESSIDADE E OS BONS USOS DA AVALIAÇÃO
Quando
um professor pensa que ensino e aprendizagem são duas faces de um mesmo
processo, faz sentido acreditar que, ao final dele, só existam duas
alternativas: o aluno aprendeu, ou não aprendeu. Diferentemente disso, se ele
vê a aprendizagem como uma reconstrução que o aprendiz tem de fazer dos seus
esquemas interpretativos e percebe que esse processo é um pouco mais complexo
do que o simples “aprendeu ou não aprendeu”, algumas questões precisam ser
consideradas.
Uma
delas é a necessidade de ter claro o que o aluno já sabe no momento em que lhe
é apresentado um conteúdo novo, já que o conhecimento a ser construído por ele
é, na verdade, uma reconstrução que se apóia no conhecimento prévio de que
dispõe. O conhecimento prévio é o conjunto de idéias, representações e
informações que servem de sustentação para essa nova aprendizagem, ainda que
não tenham, necessariamente, uma relação direta com o conteúdo que se quer
ensinar. Investigar e explorar essas idéias e representações prévias é
importante porque permite saber de onde vai partir a aprendizagem que queremos
que aconteça. Conhecer essas idéias e representações prévias ajuda muito na
hora de construir uma situação na qual o aluno terá de usar o que já sabe para
aprender o que ainda não sabe.
Essa
necessidade de avaliar no inicio do processo é característica da relação entre
ensino e aprendizagem vistos numa ótica construtivista. Nela, a informação que
o aluno recebeu anteriormente como ensino não define o conhecimento prévio,
porque esse constitui toda a bagagem de saberes que o aluno tem, oriundos de
diferentes fontes e que são pertinentes para a nova aprendizagem proposta.
Portanto, ter conhecimento de quais foram os conteúdos ensinados anteriormente
ao aluno não permite identificar o que ele já sabe: nem sempre ele aprende o
que foi ensinado, e como o conhecimento não se organiza de forma linear, as
coisas não funcionam tão simplesmente quanto “agora posso ensinar B, porque no
bimestre passado já foi ensinado A”.
Tendo
mapeado o conhecimento prévio dos alunos, nessa espécie de avaliação inicial, e
pondo em prática as situações planejadas
para levá-los a avançar, o professor
passa a precisar de um outro instrumento para verificar como eles estão
progredindo, já que o conhecimento não é construído igualmente, ao mesmo tempo
e da mesma forma por todos. Esse instrumento é a avaliação de percurso –
formativa ou processual, como muitos a chamam – feita durante o processo de
aprendizagem. Ela serve para verificar se o trabalho do professor está sendo
produtivo e se os alunos estão, de fato, aprendendo com as situações didáticas
propostas.
Como
um observador privilegiado das ações do aprendiz, o professor tem condições de
avaliar o tempo todo, e é essa avaliação que lhe dá indicadores para sustentar
sua intervenção. Mas isso é diferente de planejar e implementar uma atividade
para avaliar a aprendizagem.
Ao
montar uma situação de avaliação, o professor precisa ter clareza sobre as
diferenças que existem entre situações de aprendizagem e situações de avaliaçãoTexto retirado da Internet: www.professorefetivo.com.br
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