SE A MAIORIA DA CLASSE VAI BEM E ALGUNS NÃO, ESTES DEVEM RECEBER AJUDA
PEDAGÓGICA
Quando,
numa atividade para verificar uma aprendizagem determinada, a maioria dos
alunos vai mal, é certo que o professor não está acertando e precisará rever o
seu encaminhamento. Se a maioria da classe vai bem e alguns não, estes devem
ser atendidos imediatamente através de outras atividades que possibilitem a
superação de suas dificuldades.
No
momento em que alguns começam a se mostrar perdidos e atrapalhados em relação
aos conteúdos trabalhados, a escola que assume responsabilidade com a
aprendizagem de todos tem obrigação de criar um sistema de apoio para que esses
alunos não se percam pelo caminho. Suas dificuldades precisam ser detectadas
rapidamente para que eles sejam apoiados, continuem progredindo e não
desenvolvam bloqueios.
Diante
de situações que provocam sentimento de impotência, a saúde mental das crianças
– das pessoas em geral, na verdade -
exige que elas se desinteressem, porque é da condição humana não
suportar o fracasso continuado. Portanto, antes que os alunos desistam de
aprender o que não estão conseguindo, a escola precisa criar formas de apoio à
aprendizagem.
Existem
diversas possibilidades de atendê-los: por meio de atividades diferenciadas
durante a aula, de trabalho conjunto desses alunos com colegas que possam
ajudá-los a avançar, de intervenções pontuais que o professor pode propor. Além
dessas, que são propostas realizadas na classe, às vezes vale a pena o
encaminhamento dos alunos a espaços escolares alternativos, que acolham alunos
com dificuldades momentâneas, exatamente para garantir que elas sejam
momentâneas. É quando se deve dispor, na escola, de grupos de apoio pedagógico
que se formam exatamente com a finalidade de contribuir para a aprendizagem dos
alunos que estão encontrando dificuldades em relação a novos conteúdos
ensinados.
Importante
é que os alunos entrem e saiam dessas atividades de apoio pedagógico na medida
de suas necessidades, que não fiquem estigmatizados por participarem delas, que
isso seja visto como parte integrante da escolaridade normal de qualquer um.
Para tanto, é preciso explicitar muito bem as bases do contrato didático que
rege esse trabalho, a fim de que todos os alunos saibam exatamente qual é a sua
finalidade, e compreendam que não se destina aos menos inteligentes.
Quando
a escola não assume que o apoio pedagógico é uma responsabilidade sua, os
professores e alunos ficam abandonados à própria sorte. Os professores porque
nem sempre conseguem encontrar alternativas para garantir a aprendizagem de
seus alunos. E estes, por sua vez, porque não conseguem superar suas
dificuldades momentâneas de aprender e acabam se transformando em alunos com
dificuldades de aprendizagem. Assim, por falta total de possibilidades de
alterar este quadro, todos desistem, professores e alunos, e o fracasso escolar
se cristaliza e se avoluma.
Se
não acreditarmos que os alunos podem aprender, se não estivermos convencidos de
que podemos de fato ensiná-los, não teremos o empenho necessário para
identificar o que sabem ou não e, a partir daí, planejar as intervenções que
podem ajudá-los a avançar em sua aprendizagem. Além do mais, os alunos sentem
quando não acreditamos que podem superar suas dificuldades, mesmo que digamos o
contrário – esse é um território em que não é o discurso que manda, mas a
crença que nos orienta. Não há prejuízo maior para alunos com mau desempenho do
que professores descrentes de sua capacidade: isso reforça a imagem de
fracassados que, certamente, eles já cultivam. Reforça também, para todos do
grupo, uma imagem negativa desses alunos, e não é difícil prever as
conseqüências desastrosas para o convívio social na classe.
Texto retirado da Internet: www.professorefetivo.com.br
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