quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
O papel do professor
Imagem retirada da internet
Hoje, é essencial que os professores sejam considerados os melhores consultores possíveis e as pessoas mais indicadas para oferecerem o apoio necessário em questões de Educação.
Eles devem ser vistos pelos pais como profissionais competentes, cofiáveis e com experiência na educação de crianças.
Dentro da escola, professor é responsável pela formação dos vínculos afetivos com a criança, construindo um relacionamento individualizado, que objetiva facilitar caminho da integração do aluno com o grupo, isto é, desempenha o papel de mediador na socialização dos alunos. E para assumir um papel tão delicado e complexo, a formação do professor precisa se pautar na prática e na compreensão do desenvolvimento da criança.
Apoiados pela equipe pedagógica, os professores devem conhecer as dúvidas e as expectativas dos pais ou responsáveis pela criança, a fim de se tornarem não um substituto, mas um parceiro profissional e competente.
É importante lembrar que, desde os primeiros anoas de vida, as crianças devem ser consideradas membros permanentes de um grupo social de cidadãos. O respeito por elas é medido pela atenção que se dá à sua qualidade de vida, ao seu bem estar psicológico e físico, ao seu potencial e ao ritmo de seu desenvolvimento.
Texto adaptado de: Caderno Anglo
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
Ler para os alunos
Quando o objetivo é ler para os alunos buscando garantir a semelhança com as situações sociais em que faz sentido ler para outras pessoas, é importante que o professor:
• Explicite sempre os motivos pelos quais deseja compartilhar a leitura com eles: porque o texto trata de uma questão interessante, porque conta uma linda história, porque é atual, porque está relacionado com um tema original, porque é divertido, porque é surpreendente, porque ajudará a classe a resolver um problema ou uma questão com a qual esteja envolvida.
• Demonstre que a qualidade do texto é o que motivou a sua escolha como algo que vale a pena ser lido: porque é interessante, instigante ou emocionante...
• Em se tratando de textos literários, evite escolher aqueles em que “o didático” – a intenção de transmitir um ensinamento moral, por exemplo – supere a qualidade literária, em que o texto é utilizado principalmente como pretexto para ensinar algum conteúdo escolar.
• Em se tratando de gêneros informativos, evite escolher textos com informações banalizadas, incompletas, distorcidas, simplificadas, supostamente escritas para um público infantil.
• Compartilhe com os alunos seu próprio comportamento de leitor experiente, mostrando-se interessado, surpreso, emocionado ou entusiasmado com o texto escolhido – relendo certos trechos, sempre que valha a pena ou seja necessário, como a passagem mais surpreendente da história, a parte mais complexa do texto, a questão central da notícia, entre outras possibilidades.
• Opine sobre o que leu, coloque seus pontos de vista aos alunos e convide-os sempre a fazer o mesmo – quer dizer, aja como qualquer leitor “de verdade”.
• Ajude os alunos a descobrir o significado do texto a partir do contexto, em vez de ficar explicando a toda hora as palavras que considera difícil.
Ofereça elementos contextuais que conferem sentido à leitura e favorecem a antecipação do que o texto diz. Isso se dá quando por exemplo:
• Comunica aos alunos onde e como encontrou o texto;
• Mostra a eles o portador do texto: se for um livro, mostra a capa na qual lê os dados (título, autor, editora); se for um jornal, faz referência à seção na qual o texto aparece, procurando-a diante deles; se for uma carta, diz como chegou às suas mãos e a quem está dirigida etc;
• Oferece informações complementares sobre o texto, o autor, o portador: se o que vai ler é um conto ou um poema, lê também partes do prólogo do livro ou conta dados biográficos do autor, se é uma noticia, faz referência a outras notícias parecidas; se é um texto de uma enciclopédia, pode investigar o que os alunos já sabem sobre o tema.
Essa prática diária traz, a longo prazo, uma série de benefícios para os textos dos alunos, pois pouco a pouco eles vão criando um repertório de bons modelos de textos.
Quando as crianças ainda não lêem e escrevem convencionalmente, apropriam-se da linguagem que se utiliza para escrever (que é diferente da que se usa para falar) e também dos gêneros textuais, ouvindo alguém ler para elas textos onde a linguagem escrita é empregada de forma cuidadosa e primorosa.
Essa é uma atividade aparentemente simples, mas que requer alguns cuidados, como por exemplo:
1. Inicie a aula sempre com uma leitura;
2. Escolha bons autores da literatura, textos com qualidade literária, evite os de frases curtas e com linguagem simplificada demais;
3. Ler é diferente de contar, por isso seja fiel ao que está escrito, leia para eles;
4. Não se preocupe em transformar essa atividade numa exploração de vocabulário: deixe que as crianças “deduzam” o significado das palavras desconhecidas a partir do contexto; a interpretação também não é necessária nesse momento;
5. Você pode ler um texto inteiro (uma notícia, um conto, um poema etc), desde que não seja muito longo, ou optar por um livro inteiro e ler um capítulo por dia;
6. E, finalmente, essa atividade não deve levar mais do que 5 a 10 minutos da aula.
Enfim, para que o professor possa saber quais são as melhores formas de trazer a leitura para dentro de sua sala de aula como algo atraente e interessante, talvez o critério mais eficaz seja o seguinte; agir com seus alunos como gostaria que seus professores tivessem agido com ele próprio para ajudá-lo a ser leitor interessado e disposto a “enfrentar” qualquer tipo de texto.
Adaptado por Rosaura Soligo e Rosangela Veliago a partir do texto da pesquisadora Argentina Delia Lerner, in Actualización Curricular – EGB – Primer Ciclo. Secretaria de Educación/Direccion de Curriculum. Municipalidad de la Ciudad de Benos Aires.
Texto retirado na integra de: nanareyseducacao.blogspot.com.br Experiências em Educação)
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
Como ler bem?
Como transformar a leitura em um ato prazeroso
Ler não é um ato mecânico, pelo contrário, deve ser um ato prazeroso completamente desligado da idéia de obrigatoriedade. Não é fácil gostar de ler. Quem não adquiriu o hábito durante a infância dificilmente se encantará a cada vez que entrar em uma livraria. No entanto, muitos já perceberam que ler é essencial para se conseguir algo nesta vida.
Se você não gosta de ler, mas ao menos gostaria de gostar, aqui vão dicas que podem ajudar-lhe a se entusiasmar – ou pelo menos a suportar a relação entre você e os livros. Primeiramente é importante ter a consciência de que saber ler não significa saber compreender e este é um problema sério em nosso país. Pelo menos 38% dos brasileiros têm dificuldade em interpretar aquilo que lê. Isto é grave e deve ser combatido. Como? Com esforço próprio.
A compreensão depende muito da bagagem cultural do indivíduo e é por este motivo que a maioria dos livros indica a faixa etária ideal para lê-los. Se você ainda é jovem, em torno dos 13 anos, procure livros que tenham a ver com você. Ler Machado de Assis nesta época não vai ajudá-lo a gostar deste grande nome da literatura brasileira. Cada coisa a seu tempo. Para gostar de ler é preciso ler aquilo que lhe dá prazer, mesmo que isto seja um gibi!
Para criar o hábito da leitura, reserve um tempo do seu dia para praticar. Para que isto dê certo é preciso ser rigoroso, nada de dizer “ah, eu leio amanhã”. Lendo todos os dias o ato passará a ser corriqueiro e com o tempo se tornará um hábito inadiável. O ato de ler pode ser encarado como um ritual: procure um local tranqüilo, confortável e bem iluminado. Separe algo para beber e fique confortável (debaixo de uma mantinha quente ou de ar condicionado bem potente). Se você passar a ler em condições impróprias, o ato de ler pode ser associado à idéia de desconforto e aí “tchau” hábito da leitura.
Na ânsia de atingir o objetivo você pode acreditar que ler vários livros ao mesmo tempo pode ajudá-lo. Ledo engano. Um livro por vez é o indicado. Curta a história, entregue-se aos pensamentos e aproveite este momento (já ouviu dizer que ler é uma “viagem”?). Preocupe-se em manter um dicionário por perto, para poder consultar todas as palavras que não fazem sentido para você. Fazendo isto, além de compreender o que está lendo, a expressão passará a fazer parte do seu vocabulário.
Escreve bem quem lê muito e escreve melhor quem lê e escreve muito. Assim como o esporte, a leitura e a escrita devem ser exercitados. Quanto antes você começar, mais rápido atingirá o seu objetivo e lembre-se: o vestibular vem aí. Você está preparado para a redação?
Por Marla Rodrigues
Equipe Brasil Escola
Se você não gosta de ler, mas ao menos gostaria de gostar, aqui vão dicas que podem ajudar-lhe a se entusiasmar – ou pelo menos a suportar a relação entre você e os livros. Primeiramente é importante ter a consciência de que saber ler não significa saber compreender e este é um problema sério em nosso país. Pelo menos 38% dos brasileiros têm dificuldade em interpretar aquilo que lê. Isto é grave e deve ser combatido. Como? Com esforço próprio.
A compreensão depende muito da bagagem cultural do indivíduo e é por este motivo que a maioria dos livros indica a faixa etária ideal para lê-los. Se você ainda é jovem, em torno dos 13 anos, procure livros que tenham a ver com você. Ler Machado de Assis nesta época não vai ajudá-lo a gostar deste grande nome da literatura brasileira. Cada coisa a seu tempo. Para gostar de ler é preciso ler aquilo que lhe dá prazer, mesmo que isto seja um gibi!
Para criar o hábito da leitura, reserve um tempo do seu dia para praticar. Para que isto dê certo é preciso ser rigoroso, nada de dizer “ah, eu leio amanhã”. Lendo todos os dias o ato passará a ser corriqueiro e com o tempo se tornará um hábito inadiável. O ato de ler pode ser encarado como um ritual: procure um local tranqüilo, confortável e bem iluminado. Separe algo para beber e fique confortável (debaixo de uma mantinha quente ou de ar condicionado bem potente). Se você passar a ler em condições impróprias, o ato de ler pode ser associado à idéia de desconforto e aí “tchau” hábito da leitura.
Na ânsia de atingir o objetivo você pode acreditar que ler vários livros ao mesmo tempo pode ajudá-lo. Ledo engano. Um livro por vez é o indicado. Curta a história, entregue-se aos pensamentos e aproveite este momento (já ouviu dizer que ler é uma “viagem”?). Preocupe-se em manter um dicionário por perto, para poder consultar todas as palavras que não fazem sentido para você. Fazendo isto, além de compreender o que está lendo, a expressão passará a fazer parte do seu vocabulário.
Escreve bem quem lê muito e escreve melhor quem lê e escreve muito. Assim como o esporte, a leitura e a escrita devem ser exercitados. Quanto antes você começar, mais rápido atingirá o seu objetivo e lembre-se: o vestibular vem aí. Você está preparado para a redação?
Por Marla Rodrigues
Equipe Brasil Escola
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Para a maioria dos brasileiros, livro ainda é artigo de luxo
Se o cidadão mora numa cidade em que não há biblioteca pública, ou se a existente não conta com um acervo que satisfaça suas necessidades, uma alternativa é ir até a livraria mais próxima e comprar o livro que ele tanto quer ler. Aqui, no entanto, esbarramos em dois outros problemas, que também explicam a dificuldade que o Brasil enfrenta para formar novos leitores.
De acordo com diagnóstico do setor livreiro, divulgado pela Associação Nacional de Livrarias (ANL) no fim de 2007, o país conta com apenas 2 676 estabelecimentos dedicados à venda de livros. É pouco: uma livraria para cada grupo de aproximadamente 70,5 mil habitantes. Na vizinha Argentina, a relação é de uma para 50 mil pessoas. Para piorar, as livrarias estão concentradas nas regiões mais desenvolvidas, justamente aquelas que também são atendidas por um número maior de bibliotecas públicas. Mais de 50% das livrarias ficam na região Sudeste, sobretudo nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro - juntos, eles reúnem 1 371 estabelecimentos. Em contrapartida, a ANL identificou apenas 524 livrarias em toda a região Nordeste (20% do total nacional), 132 na região Norte (5%) e 118 na região Centro-Oeste (4%). Roraima é o estado brasileiro com o menor número de estabelecimentos dedicados à venda de livros: apenas quatro, ou o equivalente a uma livraria para 164 mil habitantes. O quadro é ainda pior em Tocantins, onde a média é de 181 mil habitantes por estabelecimento.
Ter uma livraria na esquina de casa, porém, não quer dizer muita coisa, já que livros sempre foram artigos de luxo para a maioria da população brasileira. O preço médio do exemplar varia entre 25 e 30 reais - ou seja, até 7% de um salário mínimo. Por falta de leitores, quase todos os títulos editados no Brasil têm baixa tiragem, o que empurra o preço do exemplar para cima. Se o livro é caro, as vendas não aumentam; se as vendas não aumentam, o preço continua elevado. E o resultado é um nó que, até agora, ninguém descobriu como desatar.
De acordo com diagnóstico do setor livreiro, divulgado pela Associação Nacional de Livrarias (ANL) no fim de 2007, o país conta com apenas 2 676 estabelecimentos dedicados à venda de livros. É pouco: uma livraria para cada grupo de aproximadamente 70,5 mil habitantes. Na vizinha Argentina, a relação é de uma para 50 mil pessoas. Para piorar, as livrarias estão concentradas nas regiões mais desenvolvidas, justamente aquelas que também são atendidas por um número maior de bibliotecas públicas. Mais de 50% das livrarias ficam na região Sudeste, sobretudo nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro - juntos, eles reúnem 1 371 estabelecimentos. Em contrapartida, a ANL identificou apenas 524 livrarias em toda a região Nordeste (20% do total nacional), 132 na região Norte (5%) e 118 na região Centro-Oeste (4%). Roraima é o estado brasileiro com o menor número de estabelecimentos dedicados à venda de livros: apenas quatro, ou o equivalente a uma livraria para 164 mil habitantes. O quadro é ainda pior em Tocantins, onde a média é de 181 mil habitantes por estabelecimento.
Ter uma livraria na esquina de casa, porém, não quer dizer muita coisa, já que livros sempre foram artigos de luxo para a maioria da população brasileira. O preço médio do exemplar varia entre 25 e 30 reais - ou seja, até 7% de um salário mínimo. Por falta de leitores, quase todos os títulos editados no Brasil têm baixa tiragem, o que empurra o preço do exemplar para cima. Se o livro é caro, as vendas não aumentam; se as vendas não aumentam, o preço continua elevado. E o resultado é um nó que, até agora, ninguém descobriu como desatar.
Texto retirado de: revistanovaescola.com.br
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
Por que lemos tão pouco?
Segundo a Câmara Brasileira do Livro (CBL), cada brasileiro lê pouco mais de dois livros por ano. Na Inglaterra, estima-se que a média seja de 4,9; nos Estados Unidos, é de 5,1. Outro dado preocupante: por aqui, o tempo médio dedicado à leitura não passa de 5,5 horas por semana, enquanto na Índia - um país em desenvolvimento cuja situação econômica é semelhante à do Brasil - a média é quase o dobro, de dez horas semanais. Por que lemos tão pouco? Há várias respostas, a começar pelo desconcertante grau de analfabetismo funcional.
O Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado no início de 2008 pelo Instituto Paulo Montenegro e pela ONG Ação Educativa, revela que apenas 28% dos brasileiros com idade entre 15 e 64 anos têm domínio pleno da leitura e da escrita - ou seja, conseguem ler textos longos, localizar e relacionar mais de uma informação, comparar dados e identificar fontes. Entre os 72% restantes, as habilidades de leitura e escrita são rudimentares ou básicas, limitando-se à compreensão de títulos, frases e textos curtos.
Outro fator que ajuda a explicar os índices precários de leitura no Brasil: até o final de 2007, 380 municípios de todo o país - cerca de 7% do total - simplesmente não contavam com uma biblioteca pública sequer. A situação já foi bem pior: em 2003, eram 1 173 as cidades sem esse serviço. No entanto, construir bibliotecas Brasil afora e enchê-las de livros não significa resolver o problema. É preciso prepará-las para atingir seus objetivos, entre os quais destaca-se o de incentivar a leitura entre crianças, jovens e adultos. "Nos últimos 15 anos, passamos a encontrar livros em maior quantidade nas bibliotecas", afirma Elizabeth Serra, secretária-geral da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). "O problema é que, no Brasil, a rede de bibliotecas públicas é muito frágil. O sistema não foi informatizado, não há espaços planejados para os pequenos, os livros são antigos e não há renovação anual do acervo."
O Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado no início de 2008 pelo Instituto Paulo Montenegro e pela ONG Ação Educativa, revela que apenas 28% dos brasileiros com idade entre 15 e 64 anos têm domínio pleno da leitura e da escrita - ou seja, conseguem ler textos longos, localizar e relacionar mais de uma informação, comparar dados e identificar fontes. Entre os 72% restantes, as habilidades de leitura e escrita são rudimentares ou básicas, limitando-se à compreensão de títulos, frases e textos curtos.
Outro fator que ajuda a explicar os índices precários de leitura no Brasil: até o final de 2007, 380 municípios de todo o país - cerca de 7% do total - simplesmente não contavam com uma biblioteca pública sequer. A situação já foi bem pior: em 2003, eram 1 173 as cidades sem esse serviço. No entanto, construir bibliotecas Brasil afora e enchê-las de livros não significa resolver o problema. É preciso prepará-las para atingir seus objetivos, entre os quais destaca-se o de incentivar a leitura entre crianças, jovens e adultos. "Nos últimos 15 anos, passamos a encontrar livros em maior quantidade nas bibliotecas", afirma Elizabeth Serra, secretária-geral da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). "O problema é que, no Brasil, a rede de bibliotecas públicas é muito frágil. O sistema não foi informatizado, não há espaços planejados para os pequenos, os livros são antigos e não há renovação anual do acervo."
Texto retirado de: revistaescola.abril.com.br
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
Ruth Rocha: "Leitura não pode ser só folia"
A autora acredita que o livro também deve cumprir o papel de enriquecer o vocabulário
RUTH ROCHA. Foto: Kenji Honda
O que fazer se uma criança, aos 10 anos, não demonstrar qualquer interesse pela leitura?
RUTH ROCHA O primeiro passo é descobrir se ela realmente entende o que anda lendo. Muitas vezes o título não é adequado à sua capacidade de interpretação. Nesse caso, o ideal é partir para a leitura de textos curtos ou pequenos trechos de histórias mais longas.
O que você acha do estímulo à leitura por meio de atividades lúdicas?
RUTH Concordo, desde que as propostas sejam desenvolvidas com inteligência e não transmitam a ideia de que a folia e o divertimento têm um papel maior do que a própria leitura. Além disso, os professores deveriam ler os livros infanto-juvenis antes de indicá-los aos alunos.
Qual é o segredo do sucesso de Marcelo, Marmelo, Martelo?
RUTH Se eu soubesse, faria todos como ele! O que sei é que um bom livro precisa ter verdade, propor novas questões e fazer o leitor pensar. Nunca escrevo porque tal assunto pode agradar ao público infantil, mas sempre preocupada em contar uma boa história e ser fiel aos meus valores.
Você publicou muitas adaptações de clássicos. É difícil falar a língua das crianças nesse gênero literário?
RUTH Dou um tom mais infantil à obra, mas não fico tentando buscar palavras que sejam mais fáceis. O livro também é uma forma de enriquecer o vocabulário, e a adaptação precisa respeitar o original.
A internet ajuda ou atrapalha o desenvolvimento da leitura?
RUTH Essa tecnologia é muito nova e acho que ainda não se encontrou uma linguagem adequada para ela. Por enquanto, utiliza-se muito a rede para fazer pesquisas, sem saber como fazer isso, porque ninguém ensina. Os alunos copiam e colam no trabalho escolar qualquer bobagem. Outro problema é saber se as informações veiculadas são fidedignas. Nesse sentido, o livro é mais confiável.
Texto retirado de: revistaescola.abril.com.br Daniela Talamoni (novaescola@atleitor.com.br) , colaborou Carol Salle
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
10 dicas para envolver alunos com baixo desempenho
(Crédito: Monkey Business Images / Shutterstock.com)
1) Pergunta essencial:
Qual é o objetivo pretendido com a lição? Lembre-se de fixar apenas uma questão essencial por aula e osalunos devem ser capazes de responder a essa pergunta até o final da lição. Com essa questão, os professores precisam ser bem específicos sobre o que eles querem que os alunos façam e qual é o nível máximo de aprendizado. Os estudantes têm que ser capazes de analisar e aplicar o conteúdo, não apenas responder a questão com “sim” ou “não”.2) Estratégia de ativação:
É uma estratégia que estimula os estudantes ativamente, pensando ou fazendo uma conexão com o material que está sendo apresentado no dia. Faça uma conexão do conteúdo com o mundo exterior para ver o quanto seus alunos já sabem ou se lembram.Com a tecnologia disponível atualmente, uma boa opção são os videoclipes. Os estudantes adoram ver seus vídeos e desenhos favoritos como material de estudo. À primeira vista, eles não sabem o que vai acontecer. Então, se focam apenas no vídeo, mas depois que o professor fornece a conexão os estudantes começam a se interessar pelo conteúdo.
3) Vocabulário relevante:
Vocabulário relevante deve estar presente nas suas lições. Mas mantenha seu vocabulário limitado ao que os seus estudantes são capazes de lidar. E tenha certeza de que as palavras estão sendo usadas no contexto correto. Seus alunos devem interagir com as palavras.Os professores precisam saber o que é mais importante e efetivo. O vocabulário pode ser ensinado por meio de recursos gráficos, experiências dos alunos ou o que você acreditar que pode melhorar o desempenho dos seus alunos.
4) Tempo limitado:
Sua aula deve ter um tempo limitado. Depois de 12 a 15 minutos de palestra, envolva os alunos em alguma atividade, mesmo curta, que dure apenas alguns minutos.Os alunos não são capazes de manter a atenção por tempos muito longos, por isso, sua aula deve ser fragmentada. É importante envolver os alunos em atividades diferentes da rotina. Depois de dois ou três minutos que eles estiverem em uma atividade, retome o assunto por mais alguns minutos.
5) Gráficos organizadores:
O uso de gráficos organizadores permite que os alunos classifiquem informações de forma visual, além de rever informações mais antigas.Os alunos precisam ser capazes de conceituar as informações que lhes estão sendo oferecidas. O gráfico é um modo agradável para o estudante fazer isso. Ao olhar para informações organizadas é mais fácil fixar a informação. E ao estudar o aluno prefere olhar para um gráfico bem organizado do que ler um caderno com milhares de anotações.
6) Movimente os estudantes:
Se movimentar é uma necessidade dos estudantes. Em algum ponto durante a instrução eles necessitam de movimento. Isso garante que eles estejam ativamente engajados.Esse é, provavelmente, o maior desafio dos professores, porque pode ser intimidante colocar os estudantes em movimento. Mas é possível colocar os estudantes para se movimentar de várias formas, especialmente porque alunos não gostam de ficar sentados.
7) Pensamentos de ordem superior:
Apresente aos alunos pelo menos três pensamentos de ordem superior durante a aula. Faça perguntas desafiadoras, que coloquem seus alunos para pensar.A forma de apresentar essas perguntas é diferente e as respostas podem indicar o nível de aprendizado dos seus alunos. A pergunta, que deve ser feita de forma igual para todos os seus alunos, pode ser respondida de formas diferentes por um aluno avançado e um mais lento.
8) Resuma:
Resuma para aproximar as lições do fim. Essa será a sua oportunidade de avaliar a capacidade dos seus alunos de responder efetivamente as questões essenciais, além de perceber se será necessário desenvolver melhor essa habilidade.Os professores devem procurar maneiras criativas de fazer com que os alunos respondam a questão essencial do início da aula. A capacidade do aluno de responder essa questão de forma objetiva é uma maneira de o professor analisar o nível de aprendizagem do aluno. Esse é o momento em que o professor sabe se já pode avançar com o conteúdo ou se deve retroceder nas informações passadas.
9) Rigor:
As aulas devem ser rigorosas. As atividades devem ser desafiadoras e se moverem em um ritmo acelerado. Não dê aos alunos a oportunidade de ficarem entediados, nem períodos de tempos ociosos. Toda aula deve trazer uma lição ativa.Os professores precisam levar seus alunos para o nível mais alto de conhecimento. Fique no pé, estabeleçatempo para que as atividades sejam realizadas e maximize o tempo de aprendizado.
10) Foco no aluno:
Todas as suas lições devem ser focadas nos alunos, no seu sucesso. Os caminhos pelos quais os estudantes são instruídos devem deixar isso claro. A tecnologia pode ser uma aliada nisso, já que proporciona aos alunos habilidades únicas e relevantes para a aplicação no mundo real. Isso deve ser uma parceria: se você tem 100% de eficácia no seu plano de ensino, os alunos aprendem.O professor deve ser um facilitador do aprendizado e não o doador de todo o conhecimento. É necessário ensinar os alunos a pensarem de forma crítica ao longo da vida, essa é a missão do professor.
Texto retirado na integra de: noticias.universia.com.br
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
O Diálogo entre o Ensino e a Aprendizagem - Telma Weisz
SE A SOCIEDADE QUER UM ENSINO COM QUALIDADE TERÁ DE ASSUMIR QUE ISSO
IMPLICA UM PROFESSOR MAIS BEM QUALIFICADO
Hoje
temos um impasse. Para fazer o que se espera dele, o professor precisa ganhar
muito mais e ter condições de trabalho adequadas. Assim, salário e valorização
andam de mãos dadas. É preciso que a sociedade tome consciência de que ele é um
profissional indispensável, com um nível de qualificação superior ao que se
imaginava. Se a sociedade quer uma escola de qualidade – e hoje ela quer-, vai
ter de assumir que isso requer um perfil de professor diferente daquele que
vinha sendo proposto, o que implica um salário bastante diferenciado. Desarmar
esse impasse é fundamental e urgente. A luta pela valorização do professor não
é apenas da sua categoria, mas principalmente da sociedade, que dele não pode
prescindir.
Há
nas redes públicas um núcleo de profissionais com condições de realizar um
trabalho de excelente qualidade. Esse núcleo – que precisa urgentemente ser
ampliado – é composto por profissionais da educação que, além de qualificados,
respondem à exigência principal que se põe para um educador do sistema público,
o compromisso com as crianças que freqüentam a escola pública – um compromisso
político com uma parcela da população que, excluída da escola, tem ainda mais
reduzidas as condições de ultrapassar a exclusão fora dela também.
Texto retirado da Internet: www.professorefetivo.com.br
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
O Dialogo entre o Ensino e a Aprendizagem - Telma Weisz
O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL PERMANENTE
Se
o professor acredita que sua tarefa é simplesmente transmitir os conteúdos ou,
como se diz, “dar” a matéria, resta muito pouco à sua criação: vai se utilizar
apenas do livro didático e dará aulas expositivas nas quais se esforçará para
apresentar, o mais claramente possível, o conteúdo que quer que seus alunos
aprendam. No entanto, quando se trabalha com um modelo de aprendizagem
construtivista e um modelo de ensino pela resolução de problemas, as exigências
são outras. Como vimos nos capítulos anteriores, a atividade de ensino do
professor vai ter de dialogar com a atividade de aprendizagem do aluno. Para
isso ele vai precisar considerar muitas variáveis e tomar outras tantas
decisões, o que equivale a assumir um alto grau de autonomia. Para dar conta
dessa nova demanda é preciso condições de desenvolvimento profissional e de
qualificado diferentes das que vêm sendo oferecidas, no geral, aos professores.
A
visão que se tem do professor hoje é a de alguém que desenvolve uma prática complexa
para a qual contribuem muitos conhecimentos de diferentes naturezas. Ele é mais
do que uma correia de transmissão, alguém que simplesmente serviria de ligação
entre o saber constituído e os alunos. Seu papel agora tende a ser mais
exigente: precisa se tornar capaz de criar ou adaptar boas situações de
aprendizagem, adequadas a seus alunos reais, cujos percursos de aprendizagem
ele precisa saber reconhecer.
A
discussão que acontece atualmente em muitos países sobre o que deve ser a
formação de professores inclui a questão da formação permanente, que envolve um
trabalho de reflexão e estudo por parte do professor – como se exige hoje,
aliás, da maior parte das outras profissões.
O
desejável e necessário é que todos, professores e equipe técnica, se tornem
cada vez mais responsáveis, coletivamente, pelo resultado do trabalho de toda a
escola. O que exige, em geral, a revisão da estrutura organizacional da
instituição, um esforço de atualização permanente e de acesso ao conhecimento
mais recente que a ciência produz, para iluminar seu trabalho, além de um tipo
de prática que está se tornando menos discursiva e mais consistente: a reflexão
sobre a prática. A expressão reflexão sobre a prática nos remete diretamente ao
mestre Paulo Freire. Foi ele quem, no que se refere à educação, pôs essa idéia em circulação. Sob
esse nome geral, diferentes práticas foram desenvolvidas desde meados dos anos
60. Práticas que vão desde a troca de idéias e sugestões de atividades entre
professores à produção de relatos reflexivos sobre a prática realizada em
classe, até o que temos chamado de tematização da prática.
Para
ser tematizada, a prática do professor precisa estar documentada. Essa
documentação, que deve ser feita por atividade, pode ser realizada de
diferentes formas: as anotações de alguém que entra na classe como observador,
um texto produzido pelo professor que inclua seu planejamento, um relato do
desenvolvimento da atividade e uma pequena avaliação. A mais poderosa de todas
as formas de documentação é, no entanto, a gravação da atividade em vídeo. A esta gravação
deve-se anexar o relato/reflexão escrito pelo professor, sempre que possível. A
diferença entre o documento produzido por um observador em classe e a gravação
em vídeo da atividade é que esta permite a conjugação dos múltiplos olhares do
grupo de professores e, através de discussão, a construção de um olhar comum,
coletivo, sobre a atividade que se está analisando. O uso adequado desse
recurso técnico propicia a construção de uma prática de analisar as situações
que acontecem na sala de aula de tal maneira que nos permite compreender as
idéias e as hipóteses que guiam os atos do professor, ainda que ele não tenha
consciência delas. O trabalho de tematizar a prática é exatamente fazer aflorar
essa consciência, ultrapassando a dicotomia certo ou errado que costuma marcar
a análise da prática docente.
Texto retirado da Internet: www.professorefetivo.com.br
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
O Dialogo entre o Ensino e a Aprendizagem - Telma Weisz
SE A MAIORIA DA CLASSE VAI BEM E ALGUNS NÃO, ESTES DEVEM RECEBER AJUDA
PEDAGÓGICA
Quando,
numa atividade para verificar uma aprendizagem determinada, a maioria dos
alunos vai mal, é certo que o professor não está acertando e precisará rever o
seu encaminhamento. Se a maioria da classe vai bem e alguns não, estes devem
ser atendidos imediatamente através de outras atividades que possibilitem a
superação de suas dificuldades.
No
momento em que alguns começam a se mostrar perdidos e atrapalhados em relação
aos conteúdos trabalhados, a escola que assume responsabilidade com a
aprendizagem de todos tem obrigação de criar um sistema de apoio para que esses
alunos não se percam pelo caminho. Suas dificuldades precisam ser detectadas
rapidamente para que eles sejam apoiados, continuem progredindo e não
desenvolvam bloqueios.
Diante
de situações que provocam sentimento de impotência, a saúde mental das crianças
– das pessoas em geral, na verdade -
exige que elas se desinteressem, porque é da condição humana não
suportar o fracasso continuado. Portanto, antes que os alunos desistam de
aprender o que não estão conseguindo, a escola precisa criar formas de apoio à
aprendizagem.
Existem
diversas possibilidades de atendê-los: por meio de atividades diferenciadas
durante a aula, de trabalho conjunto desses alunos com colegas que possam
ajudá-los a avançar, de intervenções pontuais que o professor pode propor. Além
dessas, que são propostas realizadas na classe, às vezes vale a pena o
encaminhamento dos alunos a espaços escolares alternativos, que acolham alunos
com dificuldades momentâneas, exatamente para garantir que elas sejam
momentâneas. É quando se deve dispor, na escola, de grupos de apoio pedagógico
que se formam exatamente com a finalidade de contribuir para a aprendizagem dos
alunos que estão encontrando dificuldades em relação a novos conteúdos
ensinados.
Importante
é que os alunos entrem e saiam dessas atividades de apoio pedagógico na medida
de suas necessidades, que não fiquem estigmatizados por participarem delas, que
isso seja visto como parte integrante da escolaridade normal de qualquer um.
Para tanto, é preciso explicitar muito bem as bases do contrato didático que
rege esse trabalho, a fim de que todos os alunos saibam exatamente qual é a sua
finalidade, e compreendam que não se destina aos menos inteligentes.
Quando
a escola não assume que o apoio pedagógico é uma responsabilidade sua, os
professores e alunos ficam abandonados à própria sorte. Os professores porque
nem sempre conseguem encontrar alternativas para garantir a aprendizagem de
seus alunos. E estes, por sua vez, porque não conseguem superar suas
dificuldades momentâneas de aprender e acabam se transformando em alunos com
dificuldades de aprendizagem. Assim, por falta total de possibilidades de
alterar este quadro, todos desistem, professores e alunos, e o fracasso escolar
se cristaliza e se avoluma.
Se
não acreditarmos que os alunos podem aprender, se não estivermos convencidos de
que podemos de fato ensiná-los, não teremos o empenho necessário para
identificar o que sabem ou não e, a partir daí, planejar as intervenções que
podem ajudá-los a avançar em sua aprendizagem. Além do mais, os alunos sentem
quando não acreditamos que podem superar suas dificuldades, mesmo que digamos o
contrário – esse é um território em que não é o discurso que manda, mas a
crença que nos orienta. Não há prejuízo maior para alunos com mau desempenho do
que professores descrentes de sua capacidade: isso reforça a imagem de
fracassados que, certamente, eles já cultivam. Reforça também, para todos do
grupo, uma imagem negativa desses alunos, e não é difícil prever as
conseqüências desastrosas para o convívio social na classe.
Texto retirado da Internet: www.professorefetivo.com.br
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Educar
“Educar é mostrar a vida
a quem ainda não a viu.
O educador diz: “Veja!”
- e, ao falar, aponta.
O aluno olha na
direção apontada e
vê o que nunca viu.
Seu mundo
se expande.
Ele fica mais
rico interiormente...”
“E, ficando mais rico interiormente, ele
pode sentir mais alegria
e dar mais alegria -
que é a razão pela
qual vivemos.”
“Já li muitos livros sobre psicologia da educação, sociologia da educação, filosofia da educação – mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à educação do olhar ou à importância do olhar na educação, em qualquer deles.”
“A primeira tarefa da
educação é ensinar a ver...
“É através dos olhos que as
crianças tomam contato com
a beleza e o fascínio do mundo...”
“Os olhos têm de ser educados
“Os olhos têm de ser educados
para que nossa alegria aumente.”
“A educação se divide em duas partes:
educação das habilidades
e educação das sensibilidades...”
“Sem a educação das sensibilidades,
todas as habilidades
são tolas e sem sentido.”
“Sem a educação
das sensibilidades,
todas as habilidades
são tolas e
sem sentido.”
“Os conhecimentos nos dão meios para viver.
A sabedoria nos dá razões para viver.”
“Quero ensinar as crianças.
Elas ainda têm
olhos encantados.
Seus olhos são dotados daquela qualidade que,
para os gregos,
era o início do pensamento:...”
“...a capacidade de
se assombrar
diante do banal
“Para as crianças,
tudo é espantoso:
um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o vôo dos urubus,
os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu,
um pião na terra.
Coisas que os
eruditos não vêem.”
“Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas,
“Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas,
taxonomias, nomes latinos – mas esqueci.
Mas nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore...
...ou para
o curioso
das simetrias
das folhas.”
“Parece que, naquele tempo, as escolas estavam mais preocupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras
que com a realidade
para a qual
elas apontam.”
“As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor.
Aprendemos palavras
para melhorar os olhos.”
“As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor.
Aprendemos palavras
para melhorar os olhos.”
“Aprendemos palavras para melhorar os olhos.”
“As palavras só
têm sentido
se nos ajudam a ver
o mundo melhor.”
“Aprendemos palavras
para melhorar
os olhos.”
O ato de ver
não é coisa natural.
Precisa ser
aprendido.”
“Há muitas pessoas
de visão perfeita
que nada vêem...
O ato de ver não é coisa natural.
Precisa ser aprendido.”
“Há muitas pessoas
de visão perfeita
que nada vêem...
“Quando a gente
abre os olhos,
abrem-se as
janelas do corpo,
e o mundo aparece refletido dentro
da gente.”
“São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões para viver.
Elas não têm
saberes a transmitir.
No entanto,
elas sabem o essencial da vida.”
“Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir
e não se torna como criança
jamais será sábio.”
Rubem Alves - Texto retirado na integra de: cadernodemensagens.net
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
O Dialgo entre o Ensino e a Aprendizagem - Telma Weisz
A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM É TAMBÉM A AVALIAÇÃO DO TRABALHO DO
PROFESSOR
Avaliar
a aprendizagem do aluno é também avaliar a intervenção do professor, já que o
ensino deve ser planejado e replanejado em função das aprendizagens conquistadas
ou não.
O
professor precisa de recursos para compreender o que acontece com seus alunos e
para poder refletir sobre a relação entre as suas propostas didáticas e as
aprendizagens conquistadas por eles. Há necessidade de espaços coletivos de discussão
do trabalho pedagógico na escola e a importância da prática de observação de
aula pelo coordenador ou orientador pedagógico – ou mesmo por um colega que
ajude a olhar de fora. Porque o professor está quase sempre tão envolvido que,
às vezes, não lhe á possível enxergar o que salta aos olhos de um observador
externo.
Texto retirado da Internet: www.professorefetivo.com.br
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
O Diálogo entre o Ensino e a Aprendizagem - Telma Weisz
A NECESSIDADE E OS BONS USOS DA AVALIAÇÃO
Quando
um professor pensa que ensino e aprendizagem são duas faces de um mesmo
processo, faz sentido acreditar que, ao final dele, só existam duas
alternativas: o aluno aprendeu, ou não aprendeu. Diferentemente disso, se ele
vê a aprendizagem como uma reconstrução que o aprendiz tem de fazer dos seus
esquemas interpretativos e percebe que esse processo é um pouco mais complexo
do que o simples “aprendeu ou não aprendeu”, algumas questões precisam ser
consideradas.
Uma
delas é a necessidade de ter claro o que o aluno já sabe no momento em que lhe
é apresentado um conteúdo novo, já que o conhecimento a ser construído por ele
é, na verdade, uma reconstrução que se apóia no conhecimento prévio de que
dispõe. O conhecimento prévio é o conjunto de idéias, representações e
informações que servem de sustentação para essa nova aprendizagem, ainda que
não tenham, necessariamente, uma relação direta com o conteúdo que se quer
ensinar. Investigar e explorar essas idéias e representações prévias é
importante porque permite saber de onde vai partir a aprendizagem que queremos
que aconteça. Conhecer essas idéias e representações prévias ajuda muito na
hora de construir uma situação na qual o aluno terá de usar o que já sabe para
aprender o que ainda não sabe.
Essa
necessidade de avaliar no inicio do processo é característica da relação entre
ensino e aprendizagem vistos numa ótica construtivista. Nela, a informação que
o aluno recebeu anteriormente como ensino não define o conhecimento prévio,
porque esse constitui toda a bagagem de saberes que o aluno tem, oriundos de
diferentes fontes e que são pertinentes para a nova aprendizagem proposta.
Portanto, ter conhecimento de quais foram os conteúdos ensinados anteriormente
ao aluno não permite identificar o que ele já sabe: nem sempre ele aprende o
que foi ensinado, e como o conhecimento não se organiza de forma linear, as
coisas não funcionam tão simplesmente quanto “agora posso ensinar B, porque no
bimestre passado já foi ensinado A”.
Tendo
mapeado o conhecimento prévio dos alunos, nessa espécie de avaliação inicial, e
pondo em prática as situações planejadas
para levá-los a avançar, o professor
passa a precisar de um outro instrumento para verificar como eles estão
progredindo, já que o conhecimento não é construído igualmente, ao mesmo tempo
e da mesma forma por todos. Esse instrumento é a avaliação de percurso –
formativa ou processual, como muitos a chamam – feita durante o processo de
aprendizagem. Ela serve para verificar se o trabalho do professor está sendo
produtivo e se os alunos estão, de fato, aprendendo com as situações didáticas
propostas.
Como
um observador privilegiado das ações do aprendiz, o professor tem condições de
avaliar o tempo todo, e é essa avaliação que lhe dá indicadores para sustentar
sua intervenção. Mas isso é diferente de planejar e implementar uma atividade
para avaliar a aprendizagem.
Ao
montar uma situação de avaliação, o professor precisa ter clareza sobre as
diferenças que existem entre situações de aprendizagem e situações de avaliaçãoTexto retirado da Internet: www.professorefetivo.com.br
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
O Diálogo entre o Ensino e a Aprendizagem
NÃO É POSSÍVEL FORMULAR RECEITAS PRONTAS PARA SEREM APLICADAS A
QUALQUER GRUPO DE ALUNOS
O
professor precisa construir conhecimento de diferentes naturezas, que lhe
permitam ter claros os seus objetivos, selecionar conteúdos pertinentes,
enxergar na produção de seus alunos o que eles já sabem e construir estratégias
que os levem a conquistar novos patamares de conhecimento. A prática pedagógica
é complexa e contextualizada, e portanto não é possível formular receitas
prontas para serem aplicadas a qualquer grupo de alunos: o professor, diante de
cada situação, precisará refletir, encontrar suas próprias soluções e tomar
decisões relativas ao encaminhamento mais adequado. Um pouco como o antigo
mestre-escola, ele precisa ser alguém com autonomia intelectual.
Texto retirado da Internet: www.professorefetivo.com.br
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
O Diálogo entre o Ensino e a Aprenizagem
TODO PROFESSOR DEVE LEVAR TODOS OS SEUS ALUNOS A PARTICIPAREM DA
CULTURA
Os
professores, especialmente os de classes iniciais, que quiserem contribuir para
que todos os alunos de sua classe tenham as mesmas possibilidades de aprender,
devem cumprir o papel de estimulá-los a participar da cultura. Não de uma
cultura infantilizada, já que as crianças são capazes de conviver com coisas
muito interessantes e elaboradas. Observei uma vez uma professora lendo
clássicos para crianças de cinco anos e elas achando absolutamente maravilhoso,
podendo assim desenvolver o gosto pela boa literatura desde muito pequenas.
Um
instrumento poderoso para um professor que pretende ampliar o horizonte
cultural e o repertório de informações de seus alunos é o jornal. Até pouco
tempo atrás não se podia conceber que uma criança fizesse outra coisa com um
jornal a não ser recortar letrinhas para colar no papel. E, ainda hoje, há
muita resistência do professor a sentar com crianças e conversar sobre notícias
de jornal, sendo que este é um instrumento portador de documentação da
história. Por que não trabalhar a idéia dos fatos históricos atuais? Eles estão
no jornal. Quais são as novas descobertas da ciência, as tendências da
conjuntura política, as novidades da tecnologia, e tantas coisas mais que não
são acessíveis no dia-a-dia a não ser pelos meios de comunicação.
Não
é raro a escola esperar que um menino de 10 anos seja capaz de entrar numa
biblioteca e levantar a informação
necessária para realizar uma pesquisa em diferentes fontes. No entanto,
se ele não vive o uso da informação no cotidiano, se nunca aprendeu a lidar com
textos informativos, nunca recebeu ajuda para ir aprendendo a coordenar todos
os complicados procedimentos envolvidos numa pesquisa bibliográfica, como
poderá fazer isso de forma autônoma e eficiente? Quando não se desenvolve um
trabalho coletivo e freqüente com os alunos para que aprendam a acessar,
selecionar, relacionar, hierarquizar e registrar informações a partir de
pesquisa em diferentes fontes, como vão aprender a fazê-lo sozinhos? A escola
não pode contar com o que não ensina.
Texto retirado da Internet:: www.professorefetivo.com.br
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Para ler e gostar: Rubem Alves
A PIPOCA
A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras que com as panelas. Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-mo a algo que poderia ter o nome de "culinária literária". Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nobis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos. Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A festa de Babette, que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo - porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.
As comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu. A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas idéias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível. A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela.
Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem. Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas. Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do candomblé...
A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido. Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista do tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a idéia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos. Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado. Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!
E o que é que isso tem a ver com o candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa - voltar a ser crianças!
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosas. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão - sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: pum! - e ela aparece como uma outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.
Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro. "Morre e transforma-te!" - dizia Goethe.
Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro. "Morre e transforma-te!" - dizia Goethe.
Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. Meu amigo William, extraordinário professor-pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia as explicações científicas não valem. Por exemplo: em Minas "piruá" é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: "Fiquei piruá!" Mas acho que o poder metafórico dos piruás é muito maior. Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. Ignoram o dito de Jesus: "Quem preservar a sua vida perde-la-á." A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo a panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...
Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...
(Correio Popular, 29/08/1999) - texto retirado na integra de: www.rubemalves.com.br
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