A busca pela formação do futuro, além das tradicionais salas de aula
Autor: Carlos Alberto Pereira de Campos
(texto extraído na íntegra de:http://linguaportuguesa.uol.com.br/)
Educar é uma arte! E, como toda a arte que se preze, necessita de um ingrediente básico e fundamental para que tenha sucesso: sensibilidade.
Hoje vivemos num mundo árido onde as relações interpessoais tornaram-se raridade, graças a um processo de globalização, onde as informações transitam com agilidade surpreendente, não permitindo as adequações a essa nova realidade.
Numa sociedade que responde à chamada Modernidade Líquida (Zygmunt Bauman), onde os estereótipos de família nucleada acabaram dando espaço a novas formas de convivência, é imprescindível que tanto o professor quanto os responsáveis tenham sensibilidade para a construção unificada de um conhecimento realmente emancipador, através da formação de pessoas críticas e conscientes do seu papel no mundo em que vivem. Não devemos esperar que legislações falhas, instituídas em sua grande parte por burocratas que pouco ou nada vivenciaram numa sala de aula, norteiem nossas ações quando o foco é unicamente a visão holística do ser humano em essência e a construção real de pessoas voltadas para o bem comum.
Também não podemos esperar que uma sociedade capitalista, com olhares meramente consumistas, olhe com carinho para o despertar de novas consciências. Isso seria de uma contradição ímpar, pois consciências críticas apenas cobrariam a participação que lhes é devida por direito e abalariam os alicerces consolidados durante séculos e fundamentados numa filosofia liberal-positivista, que sempre privilegiou poucos em detrimento da grande maioria.
Mesmo nesse cenário tétrico, de poucas perspectivas e alta competitividade, vemos na educação o único caminho para um novo tempo. Um tempo de descobertas, de quebra de paradigmas, de rompimentos e, como consequência, o surgimento de um horizonte de liberdade e cidadania plenas.
A sala de aula sempre representou um santuário para os grandes educadores. E entenda-se a sala de aula como qualquer espaço onde a arte de educar se faça presente com amor, empenho, dedicação, respeito e, principalmente, sensibilidade. Deixemos de lado o entendimento arcaico da sala de aula de quatro paredes, quadro negro, giz, carteiras enfileiradas e crianças entediadas repetindo em uníssono a verborragia proferida pelos chamados mestres. Na realidade, não consigo ver, neste ambiente, nada além da visão preconizada por Michel Foucault em sua obra Vigiar e Punir, onde compara a estrutura das escolas ao sistema prisional. A partir dessa ótica, encontramos nas escolas as "celas" de aula, com seus professores carcereiros, diretores delegados e muitos prisioneiros que perdem o encanto e a criatividade à medida que vão avançando nos anos escolares. São os pequenos príncipes que se transformam lentamente em sapos.
Definitivamente, não é essa a educação que desejamos para nossos filhos. Nada que venha a tolher sua criatividade e desejo intrínseco de crescimento. Por isso, como educadores, faz-se necessária a reavaliação constante de nossa postura e a adoção de uma visão emancipadora. Afinal, a educação deve ser como a verdade: Libertadora.
Professor Carlos Alberto Pereira de Campos, Diretor Municipal de Educação Porto Feliz, tiokaka@gmail.com
Lindo Maju, adorei e quando trabalhava em escola, sempre acreditei, mas sabe, do jeito que as coisas estão, acho que se a educação der um passinho a mais já é um ganho para a sociedade. Esse ideal é maravilhoso e sei que é possível de atingir, mas precisa comprometimento e empenho de TODOS e aí é que está o problema! Sempre tem um que não faz a sua parte. A gente vê pelos próprios colegas de trabalho, (isso que numa escola o universo é muito reduzido) que dirá em grande escala. Por isso, um passo depois do outro e tentando obter ganhos REAIS na educação.
ResponderExcluirBjs
Marli
Blog da Marli